Pesquisadores da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) identificaram que a planta Capparidastrum frondosum, conhecida como feijão bravo preto ou folha dura, possui uma capacidade extraordinária de absorver altas concentrações de metais pesados como o zinco. Essa característica torna a planta uma ferramenta promissora para a descontaminação de solos afetados por atividades industriais e de mineração, ao mesmo tempo em que possibilita a reutilização econômica dos metais acumulados. A descoberta foi feita na Estação Ecológica de Tapacurá, em Pernambuco, e representa um avanço significativo no uso sustentável de espécies vegetais para remediação ambiental.
A planta hiper acumuladora oferece uma alternativa econômica e ambientalmente amigável em comparação com métodos tradicionais de correção de solos contaminados, que são caros e prejudiciais ao meio ambiente. Segundo os especialistas, as sementes da espécie já estão disponíveis, e o próximo passo será o cultivo em larga escala e o uso de técnicas de propagação. A pesquisa, pioneira no Brasil, segue práticas semelhantes às de países como Holanda e França e destaca o potencial de se aliar tecnologias baseadas na natureza à recuperação de áreas degradadas por metais pesados, incluindo regiões impactadas por reciclagem de baterias e rejeitos de mineração.
Os estudos agora se concentram em calcular a capacidade máxima de acumulação de metais pelas plantas e avaliar sua aplicabilidade comercial em diferentes contextos. Além de contribuir para a descontaminação ambiental, essas espécies podem reinserir os metais extraídos no ciclo produtivo, gerando lucro adicional para indústrias mineradoras e promovendo a sustentabilidade econômica e ecológica.