O presidente eleito Donald Trump pretende intensificar as deportações de imigrantes nos Estados Unidos, mobilizando agências federais e buscando cooperação de jurisdições estaduais, incluindo aquelas com políticas de proteção para imigrantes, conhecidas como “cidades santuários.” Trump e seus apoiadores planejam expandir a capacidade de detenção e reforçar o número de agentes dedicados ao controle de imigração, buscando pressionar governos locais resistentes através do financiamento federal. O plano visa principalmente imigrantes com antecedentes criminais, embora estimativas de deportação em massa tenham gerado preocupações sobre custos e possíveis impactos sociais.
O projeto de deportação, no entanto, apresenta obstáculos substanciais, especialmente no que diz respeito ao orçamento e à infraestrutura necessária. Estima-se que a deportação de milhões de imigrantes poderia custar centenas de bilhões de dólares e exigiria a expansão de centros de detenção e tribunais especializados. Além disso, questões diplomáticas surgem, pois países de origem dos imigrantes devem aceitar os deportados, algo que, historicamente, não foi totalmente garantido. Outra medida sugerida é a mobilização da Guarda Nacional para estados que não cooperem, estratégia que pode resultar em disputas judiciais prolongadas.
Entre as ações planejadas, destaca-se a possibilidade de invocar a Lei dos Estrangeiros Inimigos, uma legislação de 1798 que permite deportações rápidas em circunstâncias de guerra, uma medida que enfrenta fortes críticas e possíveis questionamentos legais. Além disso, a cooperação de cidades e estados que oferecem proteção aos imigrantes seria essencial, algo que Trump pode tentar forçar, como em seu mandato anterior, por meio de pressões do Departamento de Justiça. Especialistas alertam para as consequências econômicas e sociais desse plano, incluindo a separação de famílias e comunidades, bem como o aumento das tensões políticas internas.