Uma investigação da Polícia Federal revelou um plano elaborado por integrantes do alto escalão militar ligado ao governo anterior para implementar um gabinete de crise em caso de ruptura institucional. O plano, intitulado “Punhal Verde e Amarelo”, incluía ações como a neutralização de figuras-chave do governo eleito e a gestão estratégica da comunicação para evitar a disseminação de informações contrárias à iniciativa. Documentos apreendidos detalham a estrutura do gabinete, que seria composto por generais e coronéis, com funções específicas para monitorar o Congresso Nacional, influenciar a opinião pública e articular apoio parlamentar.
Entre os achados, destacam-se esboços que previam a criação de núcleos operacionais e estratégicos para coordenação entre diferentes órgãos governamentais e de inteligência. A operação incluía a integração de assessorias jurídicas e de comunicação para legitimar as ações, além de planos de gestão de informações e manipulação psicológica. A articulação envolvia possíveis vínculos com setores civis e militares, buscando consolidar apoio político e operacional. O grupo estaria preparado para operar em regime de dedicação integral no Palácio do Planalto, com documentos indicando diretrizes de segurança e administração durante uma eventual crise.
Entidades e indivíduos mencionados nos documentos negaram qualquer envolvimento ou consentimento para o uso de seus nomes. Entre as alegações, está a afirmação de que a menção a determinadas figuras pode estar relacionada a contatos estabelecidos no passado, sem vínculo com as intenções golpistas. O Superior Tribunal Militar e outras instituições refutaram enfaticamente as alegações de participação ou conhecimento do plano, reafirmando o compromisso com a legalidade e a ordem democrática.