O projeto da Ferrogrão, uma ferrovia de 933 km que visa conectar Sinop (MT) ao Porto de Miritituba (PA) para o escoamento de grãos, enfrenta desafios ambientais e econômicos. A proposta inclui a construção da ferrovia em áreas modificadas do Parque Nacional do Jamanxim, cujo limite foi alterado em 2016 por medida provisória do governo da época. Essa mudança, que retirou 862 hectares da área do parque, é alvo de questionamento no Supremo Tribunal Federal (STF), impulsionado por uma ação direta de inconstitucionalidade apresentada em 2020.
Além do impasse jurídico, o governo estuda estratégias para viabilizar o projeto economicamente, como a concessão casada com a rodovia BR-163. Essa abordagem busca evitar a concorrência entre os modais ferroviário e rodoviário, que poderia comprometer a atratividade e viabilidade financeira da ferrovia. O Ministério dos Transportes considera que unificar os ativos sob um único operador poderia aumentar o interesse do mercado e atrair investimentos. Ainda assim, o governo mantém essa ideia em análise.
Incluído no Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o projeto permanece em estágio de estudos e enfrenta entraves no licenciamento ambiental, uma etapa considerada essencial antes do leilão. A paralisação das obras, por determinação do STF em 2021, ilustra o impacto das questões legais e ambientais no progresso da Ferrogrão. Apesar das adversidades, o governo busca alternativas para equilibrar preservação ambiental e desenvolvimento logístico.