A Operação Contragolpe, conduzida pela Polícia Federal, trouxe à tona um plano de golpe de Estado envolvendo militares e políticos, gerando debates sobre a gravidade das ações investigadas. A PF aponta indícios de conspirações para a eliminação de líderes do Executivo e do Judiciário e a instalação de um gabinete de crise para gerir a ruptura democrática. Contudo, o senador Hamilton Mourão descreveu as iniciativas como mal elaboradas e sem respaldo significativo das Forças Armadas, minimizando a gravidade das propostas e colocando em dúvida o caráter criminoso dos atos sem execução prática.
Juristas divergem sobre a interpretação legal dos acontecimentos. Alguns argumentam que as ações podem ser enquadradas como tentativa de golpe, o que configuraria crime pelo ordenamento jurídico brasileiro. Outros defendem que os atos eram apenas preparatórios e, portanto, não passíveis de punição. O ministro do STF Gilmar Mendes refutou essa visão, afirmando que a tentativa de atentado contra o Estado de Direito já é crime consumado, independentemente de sua execução, devido à ameaça à ordem constitucional.
As investigações detalham reuniões com integrantes das Forças Armadas, documentos com planos estratégicos e uma logística operacional que incluía a mobilização de tropas especiais. Apesar das evidências, o debate continua sobre a real capacidade do grupo de implementar o plano e o papel dos envolvidos. O caso reforça a importância do fortalecimento das instituições democráticas e da vigilância contra ameaças ao Estado de Direito.