A Polícia Federal indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais 36 pessoas em um inquérito que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições presidenciais de 2022, que elegeram Luiz Inácio Lula da Silva. A investigação revelou trocas de mensagens e documentos que indicam o planejamento de ações clandestinas envolvendo militares de alta patente e ex-integrantes do governo. Um dos planos, denominado “Punhal Verde e Amarelo”, teria como objetivo realizar assassinatos de lideranças políticas, incluindo o presidente eleito, e estabelecer um gabinete para gerenciar a crise institucional resultante.
De acordo com os documentos obtidos pela operação “Contragolpe”, os envolvidos usaram codinomes e aplicativos de mensagens para organizar a conspiração. O planejamento operacional incluía o monitoramento de autoridades como o ministro do TSE Alexandre de Moraes e ações planejadas para o período entre novembro e dezembro de 2022. Apesar das tentativas, uma ação coordenada em Brasília foi abortada após falhas operacionais. A investigação aponta que detalhes do plano foram discutidos em encontros no Palácio do Planalto e na residência oficial do ex-presidente.
Além de Bolsonaro, a lista de indiciados inclui ex-ministros, militares e outros integrantes próximos ao núcleo governamental. A operação também identificou documentos que estimavam os custos das ações clandestinas e mensagens indicando que o plano foi revisado e aprovado por algumas das principais lideranças investigadas. A Polícia Federal segue analisando as provas e aguarda os próximos passos judiciais.