O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já reconheceu a importância das medidas estruturais para controle de gastos e, por isso, tem prolongado as discussões nas últimas semanas, reunindo lideranças políticas, econômicas e sociais. As deliberações já somam mais de 20 horas, e interlocutores próximos das negociações indicam que o governo está empenhado em encontrar soluções que não penalizem as classes mais vulneráveis, mas que exijam também participação dos setores mais favorecidos, evitando o desgaste com o eleitorado do partido.
As expectativas em torno do pacote são elevadas, e os líderes do PT entendem que uma possível frustração pode ter forte impacto no câmbio, nos juros e no crescimento econômico. Contudo, acreditam ser fundamental adotar uma abordagem que respeite o contexto econômico, especialmente por meio de uma comunicação que enfatize o caráter justo das medidas. Antes do anúncio, ainda são esperadas conversas entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e os presidentes do Senado e da Câmara, além da finalização de detalhes técnicos.
Entre os pontos centrais em análise estão ajustes no seguro-desemprego e no Benefício de Prestação Continuada (BPC). Propõe-se, por exemplo, que o BPC exija alguma forma de contribuição para receber o equivalente ao salário mínimo, medida bem-vista dentro do partido, pois foca na arrecadação em vez da redução direta de despesas. Outro ponto crucial é limitar o aumento do salário mínimo a 2,5% ao ano, garantindo uma valorização sustentável a longo prazo.