Uma pesquisa da Neura, curadoria de estudos comportamentais, revelou que, embora 80% da população acredite ser possível se preparar melhor para o envelhecimento, apenas 13% efetivamente adotam hábitos ou planejam de alguma forma para essa fase da vida. Além disso, somente 4% afirmam que sempre se organizaram para envelhecer. O estudo, chamado “A Permanência da Impermanência”, destacou que alimentação equilibrada, exercícios físicos e cuidados com a saúde mental são reconhecidos como essenciais para um envelhecimento de qualidade.
A pesquisa aponta que o incômodo de falar sobre envelhecimento é mais presente entre os jovens, mas a maioria das pessoas, em geral, não se importa em discutir o assunto. No entanto, fatores como classe social e gênero influenciam essa percepção. Mulheres se preocupam mais com termos relacionados à velhice, e pessoas de classes sociais mais altas demonstram maior desconforto ao falar sobre idade. As diferenças socioeconômicas impactam o planejamento para o futuro, com classes mais altas mais preparadas e as minorias enfrentando desafios específicos, como menor expectativa de vida e mais obstáculos.
O conceito de impermanência, abordado no estudo, defende uma visão mais adaptativa da vida, contrastando com a perspectiva linear e fatalista do envelhecimento. Segundo especialistas, é essencial planejar para o futuro com resiliência e independência, considerando vivências pessoais e a diversidade de experiências socioculturais. A metodologia da pesquisa incluiu análises qualitativas e quantitativas, interações com uma amostra diversificada e o uso de ferramentas como o Teste de Associação Implícita de Atributos (IAT) para entender as percepções sobre o tema.