Pesquisadores da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) realizam um estudo inédito sobre os insetos de Fernando de Noronha, com o objetivo de identificar, coletar amostras e catalogar as espécies presentes na ilha. A pesquisa se concentra na entomologia, o ramo da ciência que estuda os insetos, e está sendo conduzida pela primeira vez em uma ilha oceânica. As armadilhas, feitas com garrafas PET pintadas de preto e recheadas com fígado de boi, foram colocadas em locais estratégicos, como o Mangue do Sueste, para atrair e estudar as diferentes espécies de insetos presentes, desde moscas e mosquitos até pragas como os cupins.
Os insetos coletados podem fornecer informações importantes sobre questões de saúde pública, como a miíase (popularmente conhecida como “bicheira”), uma infestação de larvas que pode afetar tanto animais quanto seres humanos. Além disso, o estudo também visa identificar pragas agrícolas que possam ter sido introduzidas na ilha por embarcações. Os pesquisadores alertam para o risco de infestação por espécies invasoras, que podem prejudicar o meio ambiente e a infraestrutura local, caso não sejam monitoradas adequadamente.
A pesquisa, apoiada pelo Instituto Chico Mendes da Biodiversidade (ICMBio), tem como objetivo colocar Fernando de Noronha no mapa científico, não apenas pelo estudo das espécies já conhecidas, mas também pela possibilidade de descobrir novas formas de vida. A iniciativa visa contribuir para o controle de pragas e para o conhecimento do ecossistema local, com a expectativa de que as descobertas ajudem a preservar a biodiversidade da região e a proteger a saúde pública e ambiental da ilha.