Uma pesquisa realizada pela Nexus – Pesquisa e Inteligência de Dados aponta que 86% da população brasileira é favorável a algum tipo de restrição ao uso de celulares nas escolas. Entre os entrevistados, 54% apoiam a proibição total dos aparelhos, enquanto 32% defendem que o uso seja permitido apenas para atividades pedagógicas, com autorização dos professores. Apenas 14% se posicionam contra qualquer tipo de restrição. A pesquisa envolveu 2.010 pessoas com idade a partir de 16 anos, em todas as unidades da federação, e foi conduzida entre os dias 22 e 27 de outubro de 2024.
A pesquisa também revela que a faixa etária mais jovem, entre 16 e 24 anos, é a que mais apoia a proibição, com 46% dos entrevistados favoráveis à restrição total. No entanto, muitos jovens, 43%, também consideram viável a utilização parcial dos celulares em sala de aula. Além disso, a pesquisa mostra uma relação entre maior renda e maior apoio à proibição, com 67% dos entrevistados com renda superior a cinco salários mínimos favoráveis à proibição total, comparado a 54% da média geral. A maior parte da população, independentemente da faixa etária, demonstra preocupação com o uso excessivo dos celulares nas escolas.
Em resposta ao crescente apoio a restrições, projetos de lei estão sendo discutidos em diversas esferas, como o Projeto de Lei 293/2024, em tramitação na Câmara dos Deputados, que propõe limitar o uso de celulares nas escolas para crianças a partir dos 11 anos, restrito a atividades pedagógicas. A Assembleia Legislativa de São Paulo também aprovou recentemente uma proposta semelhante, que proíbe o uso de aparelhos eletrônicos, incluindo celulares, tablets e relógios inteligentes, exceto para fins educacionais. Especialistas apontam que o uso excessivo de celulares pode prejudicar o desenvolvimento cognitivo e socioemocional dos estudantes, afetando a atenção, memória e habilidades de interação social.