O preço do petróleo Brent deve sofrer uma queda significativa nos próximos meses, impactado pela oferta crescente de países fora da Opep, como Estados Unidos, Brasil e Guiana, e pela redução da demanda global devido a obstáculos econômicos na China e Europa. A crise no setor imobiliário chinês e o avanço da eletrificação no país diminuem o consumo de combustíveis fósseis, enquanto o crescimento econômico europeu desacelera, agravando a pressão sobre os preços. Analistas preveem que, embora o Brent possa atingir uma média de US$ 79 em 2024, deve cair para US$ 70 em 2025, com possibilidade de ultrapassar níveis ainda mais baixos dependendo de decisões econômicas globais.
A política comercial do governo Trump, caso implemente tarifas sobre importados da China e União Europeia, poderá intensificar uma guerra comercial que impactaria a inflação e a demanda global por petróleo. Medidas de aumento de juros nos Estados Unidos e na Europa, como resposta a pressões inflacionárias, também devem contribuir para a desaceleração econômica e a redução do preço do Brent. Por outro lado, a Opep pode continuar com cortes voluntários na produção para tentar equilibrar o mercado diante de um superávit esperado em 2025.
Especialistas destacam a dificuldade de ampliar rapidamente a produção de petróleo nos EUA, mesmo com a flexibilização de regulações ambientais, o que reduz a capacidade de controle sobre os preços globais. Paralelamente, há incertezas sobre as sanções norte-americanas ao petróleo iraniano, já que grande parte das exportações do Irã é direcionada à China fora do sistema financeiro tradicional. Esses fatores, somados às pressões da transição energética global, configuram um cenário desafiador para o mercado de petróleo nos próximos anos.