A recente vitória de Donald Trump nas eleições americanas abre debates sobre os possíveis rumos das relações diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos. Especialistas acreditam que o histórico de política externa de Trump, que privilegia alianças com líderes que aceitam sua liderança, poderia gerar uma relação respeitosa, mas protocolar, entre ele e o presidente Lula. Contudo, essa relação inicial pode ser marcada por uma certa frieza e desconfiança, já que ambos têm visões distintas em temas-chave, como democracia e relações internacionais.
Analistas também destacam que o cenário político brasileiro, com sua eleição presidencial se aproximando, poderia influenciar essa relação. Trump demonstrou apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro em 2022, e a possível continuidade dessa aliança ideológica pode influenciar a próxima eleição no Brasil. Em caso de questionamentos sobre o processo eleitoral ou a ordem democrática, Trump tende a se alinhar ao espectro político mais conservador, diferentemente de líderes democratas como Biden e Kamala Harris, segundo os especialistas.
Outro ponto relevante é a diferença de posturas em temas globais, como o meio ambiente e relações com China e Venezuela. Com a volta de Trump, o Brasil pode enfrentar desafios relacionados a uma possível intensificação da rivalidade entre EUA e China, o que pode levar o país a buscar um alinhamento com a China. Quanto à Venezuela, espera-se que Trump adote uma posição mais rígida do que Biden em relação ao governo de Nicolás Maduro. Embora EUA e Brasil mantenham uma parceria comercial robusta, a distância entre suas visões sobre conflitos internacionais, como os que ocorrem no Oriente Médio e na Ucrânia, tende a se manter, reforçando uma relação diplomática com limites bem definidos.