As empresas aéreas brasileiras estão preocupadas com o aumento dos custos das passagens a partir de 2027, quando a Lei de Combustível do Futuro entrará em vigor. A legislação exige que as companhias utilizem combustível sustentável de aviação (SAF) em suas operações, com o objetivo de reduzir as emissões de gases do efeito estufa. O SAF é significativamente mais caro do que o querosene de aviação convencional, representando um aumento de até três vezes o valor atual do combustível. Como o querosene já representa 40% dos custos operacionais das aéreas, esse aumento pode ser repassado para os consumidores.
A implementação do SAF no Brasil enfrenta desafios, como a falta de produção em larga escala e o alto custo do combustível. A previsão é que, a partir de 2027, o país produza cerca de 1,6 bilhão de litros de SAF, mas ainda há incertezas quanto à viabilidade econômica da transição para esse combustível. As aéreas, como a Gol e Latam, destacam que é fundamental estabelecer políticas públicas que incentivem a produção local e tornem o SAF mais acessível, considerando que a descarbonização do setor é uma meta importante, mas depende de soluções viáveis para reduzir os custos operacionais.
Além disso, a Azul está discutindo com o governo federal possíveis incentivos fiscais para mitigar o impacto do aumento do custo do SAF nas tarifas. A companhia estima que usará 25 milhões de litros de SAF em 2027, com crescimento gradual nos anos seguintes. No entanto, a dependência da importação do combustível, caso a produção nacional não seja suficiente, pode elevar ainda mais os custos. O setor espera que o governo adote medidas para garantir que o preço do SAF seja compatível com a realidade do mercado aéreo e não sobrecarregue os consumidores com passagens mais caras.