O Parlamento Europeu aprovou, na última quinta-feira (14), o adiamento por um ano da implementação da lei que visa combater o desmatamento global, que agora entrará em vigor em 30 de dezembro de 2025 para grandes empresas e em julho de 2026 para pequenas e médias empresas (PMEs). A lei, que afeta diretamente setores como carne, café, cacau, soja, borracha, produtos florestais (como papel e celulose), e derivados de óleo de palma, estabelece a proibição de importar para a União Europeia produtos originados de áreas desmatadas. A proposta gerou preocupações em diversos países, incluindo os principais parceiros comerciais da União Europeia, como o Brasil, que pressionaram pelo adiamento devido aos desafios relacionados à implementação das exigências.
O adiamento foi motivado, em parte, pela pressão de países como o Brasil e os Estados Unidos, que expressaram dificuldades em atender às normas de rastreabilidade e de certificação dos produtos. Além disso, a proposta recebeu emendas que incluem uma nova categoria de “países sem risco”, que estarão isentos de algumas exigências da lei, caso mantenham ou ampliem suas áreas florestais. Com isso, os legisladores europeus abriram caminho para novas negociações, refletindo as tensões em torno da regulamentação ambiental e comercial.
A Comissão Europeia deverá concluir seu sistema de avaliação comparativa por país até 30 de junho de 2025, permitindo que a lei entre em vigor de forma mais gradual. A medida representa um passo importante para a União Europeia no combate ao desmatamento global, mas também aponta para um período de intensas negociações e adaptações entre as partes envolvidas. A decisão de adiar a implementação foi uma resposta às críticas que surgiram desde a proposta original, buscando equilibrar a proteção ambiental e as preocupações econômicas globais.