O Papa Francisco solicitou uma investigação para determinar se as ações militares de Israel na Faixa de Gaza podem ser classificadas como genocídio. Em declarações publicadas em um novo livro de entrevistas, o pontífice reiterou sua preocupação com a violência no território e destacou que, embora Israel afirme que seus ataques visam combatentes de grupos armados, é necessário um exame técnico para avaliar se os critérios legais de genocídio estão sendo atendidos. Essa é a primeira vez que Francisco aborda diretamente a necessidade de uma investigação sobre esse tema, após já ter criticado as ações israelenses como imorais e desproporcionais em declarações anteriores.
No livro, intitulado A esperança nunca decepciona, o Papa também reflete sobre questões globais como migração e a integração de migrantes, enfatizando que nenhum país pode lidar com esses desafios isoladamente. Para ele, a resposta a problemas como a migração deve ser fundamentada em uma “globalização da caridade e da cooperação”, contrastando com a crescente “globalização da indiferença”. O pontífice também abordou o impacto da guerra na Ucrânia, que forçou milhares de pessoas a deixar suas casas, e a necessidade de uma abordagem mais humana e solidária para com os deslocados.
A guerra entre Israel e o grupo Hamas, que começou em outubro de 2023, gerou um número significativo de vítimas e acusações de crimes de guerra em tribunais internacionais. Estima-se que mais de 43.000 pessoas tenham morrido na Faixa de Gaza desde o início do conflito, incluindo muitas mulheres e crianças, embora a contagem de vítimas seja contestada. O novo livro do Papa será lançado antes do jubileu de 2025, que atrairá milhões de peregrinos ao Vaticano para as celebrações do Ano Santo.