O Pantanal registrou uma redução de 61% em sua área alagada entre 1985 e 2023, segundo um levantamento do MapBiomas. Essa drástica redução foi acompanhada por secas mais prolongadas e cheias cada vez mais curtas, aumentando a vulnerabilidade do bioma a incêndios intensos. No ano de 2022, a área coberta por água no Pantanal foi de 3,3 milhões de hectares, representando uma queda de 38% em relação a 2018, ano em que a última grande cheia cobriu 5,4 milhões de hectares.
Além da redução em área, a duração das inundações também diminuiu, com regiões antes submersas por mais de três meses agora secando mais rapidamente. Aproximadamente 22% da savana do Pantanal, totalizando 2,3 milhões de hectares, é composta por áreas que se tornaram secas, agravando o risco de queimadas. Entre 2019 e 2023, o fogo consumiu 5,8 milhões de hectares, atingindo inclusive áreas que anteriormente se mantinham alagadas permanentemente. Esse aumento na frequência de incêndios é impulsionado pela vegetação de campo e pela extensão dos períodos de seca.
O estudo também aponta uma expansão do uso humano na Bacia do Alto Paraguai (BAP), que cresceu de 22% em 1985 para 42% em 2022. No planalto da BAP, 5,4 milhões de hectares foram convertidos para pastagens e agricultura, enquanto na planície houve o desmatamento de 1,8 milhão de hectares de vegetação natural. A introdução de pastagens exóticas triplicou, passando de 700 mil para 2,4 milhões de hectares, com grande parte desse crescimento registrado nos últimos 23 anos.