O Dia do Pantanal, celebrado em 12 de novembro, traz à tona as preocupações com o futuro deste bioma, que sofre com queimadas constantes e uma seca severa. O Pantanal, a maior planície alagável de água doce do mundo, enfrenta grandes perdas ambientais que comprometem sua capacidade de recuperação natural. Segundo dados do MapBiomas, o Brasil já perdeu um terço de sua vegetação nativa, e o Pantanal se destaca como o bioma com mais municípios que sofreram redução em áreas naturais, totalizando 82%.
Especialistas alertam que a recuperação do Pantanal demanda uma intervenção humana significativa, incluindo programas de replantio e proteção de áreas preservadas. Carlos Bocuhy, presidente do Instituto Brasileiro de Proteção Ambiental, ressalta que, sem ações de recuperação ambiental e aumento da resiliência do ecossistema, o cenário pode se agravar nos próximos anos. Bocuhy enfatiza a necessidade de tecnologia para detecção precoce de incêndios e maior capacidade operacional para combate às chamas, além de apoio do Estado e da sociedade, uma vez que muitas áreas do bioma são de propriedade privada.
O Pantanal é lar de uma diversidade biológica notável, com milhares de espécies de plantas, peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos, incluindo espécies endêmicas ameaçadas de extinção. Os incêndios de 2020 causaram danos irreversíveis à fauna, com milhões de animais afetados e perdas de vegetação que alteraram o comportamento da fauna local. Como Patrimônio da Humanidade pela Unesco, o Pantanal desempenha papel essencial no equilíbrio hídrico e no abastecimento de água, mas sua conservação enfrenta desafios urgentes, exigindo ações coordenadas para assegurar a sobrevivência de sua biodiversidade.