Os países participantes da COP29 fecharam um acordo que prevê a destinação de US$ 300 bilhões anuais, até 2035, por parte das nações ricas para apoiar os países em desenvolvimento no enfrentamento da crise climática. O secretário-geral da ONU destacou que o acordo, embora positivo como base para limitar o aumento da temperatura global a 1,5°C, é menos ambicioso do que o necessário. Países mais vulneráveis às mudanças climáticas criticaram o valor, que ficou abaixo dos US$ 1,3 trilhão anuais defendidos inicialmente e está aquém do volume estimado como necessário para adaptação e mitigação.
O texto final enfatizou a necessidade de ações imediatas nesta década crítica e apontou para um déficit significativo entre o financiamento disponível e as demandas climáticas, especialmente nos países em desenvolvimento. Além disso, destacou a importância de reformar a arquitetura financeira global para superar obstáculos como altos custos de transação e dificuldades de acesso aos recursos climáticos. A criação de um mercado global de carbono também foi acordada, com o objetivo de estimular a redução de emissões e investimentos em projetos sustentáveis.
Com um cenário climático marcado por desastres e emissões crescentes, o documento destaca a urgência de acelerar a transição para uma economia de baixas emissões. O Brasil, que sediará a próxima conferência em 2025, em Belém, apresentou sua nova meta climática, que prevê a redução de emissões de gases de efeito estufa entre 59% e 67% até 2035, além de reafirmar o compromisso com a neutralidade climática até 2050. As discussões avançam, mas críticas apontam que os esforços globais ainda não correspondem à gravidade da crise climática.