Na última quarta-feira (20), uma resolução foi apresentada pelos Estados Unidos e pelos países europeus Alemanha, França e Reino Unido, condenando a falta de cooperação do Irã em questões nucleares. O texto, que será submetido a votação na quinta-feira (21) no Conselho de Governadores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), pede respostas técnicas claras sobre a presença de resíduos de urânio em locais não declarados pelo Irã. A resolução surge após o país ter iniciado preparativos para limitar suas reservas de urânio enriquecido a 60%, um gesto interpretado por alguns como uma tentativa de evitar a escalada do programa nuclear, mas que é visto com ceticismo pelos países ocidentais.
O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, reagiu com firmeza à iniciativa, afirmando que o país tomará “contramedidas imediatas” caso a resolução seja aprovada. O Irã continua a negar que tenha intenções de desenvolver armas nucleares, apesar das crescentes preocupações internacionais sobre o enriquecimento de urânio a níveis próximos ao necessário para a fabricação de uma bomba atômica. A AIEA, por sua vez, também se mantém vigilante, com um relatório de visita recente confirmando os esforços do Irã para limitar suas reservas, embora isso não tenha sido suficiente para aliviar as apreensões das potências ocidentais.
A resolução segue uma sequência de tensões entre o Irã e os países ocidentais, que remontam à retirada dos Estados Unidos do acordo nuclear de 2015 sob a presidência de Donald Trump. Desde então, o Irã tem aumentado significativamente suas capacidades nucleares, o que enfraqueceu o pacto internacional e levou a novas sanções. Embora as negociações para reativar o acordo tenham falhado em 2022, a pressão internacional sobre o programa nuclear iraniano continua a ser um tema central na diplomacia mundial, com países temendo uma possível proliferação nuclear na região.