Na COP29, um grupo de países afetados por conflitos está cobrando um aumento significativo no financiamento climático, com o objetivo de dobrar os recursos anuais destinados à adaptação às mudanças climáticas, elevando esse valor para pelo menos US$ 20 bilhões até 2026. Este apelo, que reflete as dificuldades enfrentadas por nações em guerra ou com instabilidade política, busca melhorar a preparação dessas populações para desastres naturais e crises de segurança. De acordo com a carta enviada à ONU e outras instituições financeiras internacionais, os países em conflito têm dificuldades em acessar investimentos privados devido ao alto risco, tornando o financiamento da ONU ainda mais crucial.
A iniciativa ganhou força com o lançamento de uma nova Rede de Países Vulneráveis ao Clima, proposta pela presidência do Azerbaijão na COP29. A rede visa unir esforços para facilitar o acesso a investimentos climáticos, melhorar a capacidade dos Estados membros e criar plataformas nacionais que ajudem a atrair financiamentos para projetos de alto impacto. O grupo já inclui nações como Burundi, Chade, Iraque e Somália, com o objetivo de formar uma frente coesa para influenciar as negociações climáticas globais.
Embora os países menos desenvolvidos tenham seu próprio grupo de negociação, os países afetados por conflitos enfrentam desafios específicos, como o deslocamento massivo de populações devido a desastres climáticos. Um estudo do Unicef de 2022 indicou que uma criança nascida em países como Sudão do Sul, em guerra desde 2013, tem 38 vezes mais chances de ser deslocada internamente por desastres climáticos em comparação com crianças de nações desenvolvidas. No entanto, esses países receberam apenas uma fração do financiamento necessário em 2022, o que reforça a urgência de um aumento substancial nos recursos destinados a esses povos vulneráveis.