O pacote fiscal anunciado pelo governo federal gerou reações negativas no mercado, com o dólar subindo para mais de R$ 6 e as taxas de juros no mercado futuro também disparando. Especialistas apontam que a combinação das medidas fiscais com isenção do Imposto de Renda causou ruídos, enfraquecendo a proposta inicial e gerando desconfiança entre investidores. A equipe econômica do governo havia alertado sobre esse risco, e a situação agora pressiona o governo a tomar ações rápidas para reverter o cenário adverso.
Para lidar com esse clima de incerteza, assessores presidenciais afirmam que a única solução seria a aprovação urgente das medidas fiscais que reforçam o arcabouço fiscal, com o objetivo de garantir a meta de zerar o déficit público até 2025. Em caso de continuidade da instabilidade, analistas sugerem que o Banco Central poderá aumentar a taxa de juros de forma mais agressiva, com uma alta de 0,75 ponto percentual na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), elevando a Selic para 12%.
No Congresso, líderes governistas compartilham da mesma avaliação e destacam que a aprovação das reformas fiscais é essencial para a credibilidade do governo. A expectativa é que o Legislativo possa, inclusive, adotar mais cortes do que o inicialmente previsto, o que geraria uma economia estimada de R$ 70 bilhões entre 2024 e 2025. Economistas, no entanto, alertam que, para a estratégia fiscal ser eficaz, a economia precisa superar os R$ 40 bilhões no próximo ano, o que ainda está em debate.