O governo ainda não apresentou o pacote de corte de gastos que reforçará o arcabouço fiscal, mas economistas destacam que o anúncio das medidas é apenas o início de um processo mais amplo. Segundo especialistas, como Caio Megale e Mansueto Almeida, o sucesso do pacote dependerá de sinais claros e consistentes de comprometimento do governo com o controle das contas públicas, o que inclui evitar gastos não planejados e manter uma política fiscal disciplinada. O mercado demonstrou entusiasmo inicial com as discussões, mas a demora no anúncio final tem gerado apreensão.
As projeções indicam que as medidas poderão gerar uma economia de até R$ 70 bilhões nos próximos dois anos, envolvendo ajustes no reajuste do salário mínimo, revisão de benefícios sociais como o Bolsa Família e o BPC, cortes na previdência militar e redução dos supersalários no funcionalismo público. Ainda assim, os economistas consideram as ações insuficientes para reverter o crescimento da dívida pública no longo prazo, que permanece como um desafio estrutural significativo para o país.
Além disso, há um consenso de que, mesmo com a implementação dessas medidas, será necessário um ajuste fiscal mais profundo nos próximos anos. O cenário para 2027 é particularmente crítico, independentemente da administração em vigor após as eleições de 2026, demandando reformas fiscais mais amplas e duras para estabilizar a economia brasileira e recuperar a confiança do mercado.