O anúncio do ministro da Fazenda sobre o pacote de corte de gastos, com o objetivo de economizar R$ 70 bilhões entre 2025 e 2026, não foi bem recebido pelos mercados financeiros. Apesar da promessa de redução de despesas, o impacto foi negativo, especialmente após a inclusão de uma medida de desoneração do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil. A combinação dessas ações gerou um clima de incerteza, com o dólar subindo e o Ibovespa caindo, refletindo a desconfiança dos investidores em relação à gestão fiscal do governo.
Analistas econômicos apontam que o pacote, que deveria sinalizar compromisso com o equilíbrio das contas públicas, acabou gerando mais dúvidas sobre a postura fiscal do governo. A introdução da isenção de impostos, apesar de vislumbrar alívio para a população de baixa renda, foi vista como uma medida que pode aumentar os custos para os cofres públicos. Além disso, a falta de clareza sobre o financiamento dessas ações levou o mercado a adotar uma postura defensiva, afetando a confiança dos investidores na sustentabilidade fiscal do país.
A desvalorização do real, que já vinha se acentuando devido à preocupação com o elevado nível de gastos públicos, foi intensificada após o anúncio. Embora houvesse grande expectativa sobre o pacote de contenção de despesas, o efeito contrário foi observado. A incerteza quanto ao comprometimento do governo com a austeridade fiscal e a forma de financiamento das novas medidas fiscais gerou um cenário de volatilidade nos mercados, com o dólar alcançando novos patamares e o mercado de ações em queda.