O aguardado pacote fiscal do governo tem como objetivo principal a estabilização da dívida pública brasileira, atualmente em cerca de 78% do PIB, um índice elevado em comparação a outros países emergentes. Apesar de o governo ter anunciado uma meta de economia de R$ 70 bilhões em dois anos, especialistas alertam que ainda é cedo para avaliar a eficácia das medidas. Alterações na regra de correção do salário mínimo, que passará a considerar a inflação mais um limite de 2,5% de crescimento, são exemplos de mudanças que podem impactar a economia.
Outro ponto destacado é a rigidez orçamentária, que frustra a atuação dos gestores econômicos. O aumento das despesas obrigatórias pressiona o orçamento, tornando o bloqueio de R$ 5 bilhões um reflexo da dificuldade de conter os gastos. Para especialistas, flexibilizar o orçamento e implementar reformas mais estruturais são passos indispensáveis para o equilíbrio fiscal.
Apesar de esperado, o pacote fiscal enfrenta ceticismo quanto à sua capacidade de alterar as projeções de despesas e reduzir a taxa de endividamento de forma significativa. A estabilização da dívida pública exigirá ações adicionais para controlar gastos e aumentar a arrecadação, além de um esforço contínuo para enfrentar os desafios fiscais estruturais do país.