Durante as discussões no âmbito do G20, a Oxfam reiterou sua defesa pela criação de um imposto sobre as grandes fortunas, com o objetivo de financiar o enfrentamento das mudanças climáticas e a redução da desigualdade global. A organização humanitária propõe que a taxação seja de 5% sobre os ativos dos cerca de três mil bilionários do mundo, o que, segundo estimativas, poderia gerar até US$ 1,7 trilhão anuais. Esse montante seria suficiente, segundo a Oxfam, para mitigar os efeitos do aquecimento global, combater a fome e apoiar políticas públicas em países de baixa e média renda.
A proposta brasileira de taxar as grandes fortunas em 2% e gerar uma arrecadação de aproximadamente US$ 250 bilhões tem enfrentado resistência, especialmente de países como a Argentina, que, nos últimos dias, passou a discordar da medida. Embora um parecer sobre a proposta tenha sido incluído em um documento do G20 assinado em julho, a aprovação final depende de um consenso entre os membros do grupo, o que coloca em risco a concretização da proposta de taxação de super-ricos no cenário global.
Viviana Santiago, diretora-executiva da Oxfam Brasil, destaca a importância de aumentar a participação das organizações da sociedade civil nas discussões do G20 e reforça a necessidade de um enfoque mais consistente na taxação das grandes fortunas, especialmente em eventos futuros como o encontro na África do Sul em 2025. Segundo Santiago, a implementação de um imposto sobre os super-ricos seria um passo fundamental para a erradicação da pobreza e a redução das desigualdades sociais, particularmente nos países do Sul Global.