O preço do ouro registrou leve alta nesta terça-feira, 26, após uma queda acentuada no dia anterior, em resposta a informações sobre um possível cessar-fogo entre Israel e o Hezbollah. O contrato futuro do metal precioso para dezembro avançou 0,10%, fechando a US$ 2.621,30 a onça-troy na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange. Embora o acordo de cessar-fogo tenha gerado um alívio momentâneo, a situação no Oriente Médio continua tensa, com Israel intensificando seus ataques ao Hezbollah e o governo israelense autorizando a continuação das operações militares na fronteira norte.
O banco suíço Julius Baer vê a notícia do cessar-fogo como uma oportunidade para especuladores de curto prazo realizarem vendas no mercado futuro, uma vez que a geopolítica não estava no centro da recente valorização do ouro e da prata. No entanto, a instituição mantém uma perspectiva positiva para o metal precioso no longo prazo, apontando que a compra de ouro por bancos centrais, especialmente da China, continua a ser um fator estrutural de apoio ao mercado. Apesar da leve correção observada no curto prazo, o banco acredita que o panorama de alta persiste no horizonte.
No cenário atual, o ouro enfrenta pressão devido ao fortalecimento do dólar e aos rendimentos elevados dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos. De acordo com Ruben Ferreira, da FlowCommunity, as tensões comerciais podem alterar essa dinâmica, caso novas incertezas econômicas surjam, como tarifas propostas que podem intensificar a demanda por ativos considerados mais seguros, como o ouro. Dessa forma, o comportamento do metal precioso nos próximos meses estará atrelado tanto às variáveis geopolíticas quanto ao desempenho das economias globais.