Seis colaboradores da líder opositora venezuelana María Corina Machado estão refugiados na embaixada da Argentina em Caracas desde março de 2024. Desde sábado (23), a residência tem sido cercada por policiais venezuelanos, que bloqueiam serviços essenciais, como água e eletricidade, além de impedir a entrada de caminhões com fornecimento de água potável. A situação gerou protestos da oposição, que pediu mais atenção e pressão do Brasil e da Argentina sobre as dificuldades enfrentadas pelos asilados, que estão sob proteção brasileira desde a ruptura das relações diplomáticas entre os dois países, em agosto de 2024.
A Plataforma da Unidade Democrática (PUD), principal coalizão da oposição, publicou um comunicado exigindo que os governos de Brasil e Argentina tomem uma posição mais firme frente à situação. Além disso, a Argentina já havia denunciado, no último sábado, atos de hostilidade e intimidação por parte do governo venezuelano, que inclui a negativa de documentos para que os opositores possam deixar o país. O governo brasileiro, por sua vez, reiterou seu compromisso com a defesa dos interesses da Argentina, apesar de um contexto diplomático conturbado entre os dois países.
A crise diplomática entre Venezuela e Argentina se acentuou após a recusa argentina em reconhecer Nicolás Maduro como reeleito presidente da Venezuela, em meio a acusações de fraude eleitoral. Desde então, a embaixada argentina em Caracas tem sido um local de tensão, com o Brasil sendo responsável pela proteção das instalações diplomáticas. O governo de Nicolás Maduro, por outro lado, minimiza a situação, com o ministro do Interior, Diosdado Cabello, ironizando as acusações e destacando a recusa em fornecer serviços essenciais aos asilados.