Desde o último sábado (23), seis opositores venezuelanos, incluindo membros da campanha de uma líder da oposição, estão asilados na residência da embaixada da Argentina em Caracas, que tem sido protegida por funcionários brasileiros desde agosto. A situação de assédio enfrentada por esses refugiados gerou protestos da oposição, que solicitou maior pressão do Brasil e da Argentina para garantir a segurança e a liberdade de movimentação dos asilados. A Plataforma da Unidade Democrática (PUD), principal coalizão opositora, denunciou ações de intimidação por parte das autoridades venezuelanas, incluindo o bloqueio de serviços essenciais como água e energia elétrica.
A residência da embaixada argentina está sob custódia do Brasil desde que as relações diplomáticas entre os dois países foram rompidas em agosto, após a Argentina se posicionar contra a reeleição de Nicolás Maduro, alegando irregularidades no processo eleitoral. A situação se agravou quando, em setembro, o governo venezuelano decidiu revogar a autorização para que o Brasil continuasse a proteger a embaixada, levando a um aumento das tensões diplomáticas. A Argentina, por sua vez, tem denunciado publicamente os atos de hostilidade contra sua missão diplomática e exigido que a Venezuela emita os documentos necessários para permitir a saída dos opositores.
Apesar das alegações de assédio, o governo venezuelano tem negado qualquer violação dos direitos dos asilados, com autoridades locais, como o ministro do Interior, ironizando as queixas e afirmando que não há obrigação de fornecer serviços gratuitamente. A situação continua a ser um ponto delicado nas relações entre Venezuela, Brasil e Argentina, com o governo brasileiro reiterando seu compromisso em defender os interesses da Argentina e em garantir a segurança dos refugiados em solo venezuelano.