A investigação sobre um esquema de corrupção envolvendo membros do Judiciário em Mato Grosso começou após o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) descobrir que desembargadores estavam recebendo vantagens financeiras para influenciar decisões judiciais. A Polícia Federal, em uma operação realizada em novembro de 2024, cumpriu mandados de busca e apreensão em vários estados, incluindo Mato Grosso e Distrito Federal. A operação revelou a existência de um esquema envolvendo advogados, empresários, lobistas e servidores públicos, que trocavam favores para manipular julgamentos em benefício de clientes específicos.
Através de interceptações telefônicas, a investigação conseguiu revelar conversas que sugerem a troca de favores entre os investigados. Essas conversas indicam que advogados e lobistas atuavam como intermediários, oferecendo benefícios materiais e financeiros, como veículos e até relógios de luxo, em troca de decisões favoráveis. As evidências também apontam que alguns envolvidos usavam suas influências dentro do Judiciário para assegurar que determinadas partes de processos fossem favorecidas, o que caracterizaria a venda de sentenças.
Além dos mandados de busca, a operação também resultou no afastamento de desembargadores envolvidos, que passaram a ser monitorados por tornozeleiras eletrônicas e tiveram seus passaportes apreendidos. A Polícia Federal segue investigando a profundidade do esquema, que inclui vazamento de informações sigilosas e possíveis manipulações em processos judiciais. O caso levanta questões sobre a integridade do sistema judiciário local e os mecanismos de controle sobre as decisões judiciais.