Uma operação do Ministério Público de Goiás (MP-GO) resultou na prisão temporária de três servidores da Secretaria de Saúde de Goiânia, incluindo o secretário de saúde. Eles são investigados por supostos envolvimentos em crimes como associação criminosa, pagamentos irregulares em contratos e recebimento de propina. A investigação teve início em maio, após identificados atrasos nos repasses para uma fundação responsável por administrar maternidades da cidade, acumulando uma dívida superior a R$ 121 milhões. Durante as apurações, o MP descobriu transações financeiras irregulares e clandestinas, feitas fora dos canais oficiais de contabilidade.
Além dos suspeitos detidos, a investigação inclui outras apurações relacionadas ao caos no sistema de saúde de Goiânia. Nos últimos dias, a cidade enfrentou problemas graves, como a falta de vagas em unidades de terapia intensiva (UTI), que resultaram na morte de cinco pessoas. Outra consequência trágica foi a morte de uma criança, que não recebeu o atendimento domiciliar necessário devido à suspensão dos serviços por falta de pagamento. A situação gerou uma atuação urgente por parte das autoridades, que buscam regularizar os repasses e garantir o atendimento à população.
A Prefeitura de Goiânia se comprometeu a regularizar os pagamentos pendentes, principalmente os de serviços essenciais, como os de atendimento domiciliar. Enquanto isso, os promotores de justiça seguem com a apuração de mais de dez inquéritos relacionados à saúde pública da cidade, destacando a grave crise no setor. A defesa dos envolvidos, por sua vez, se manifestou afirmando que estão à disposição para esclarecimentos, mas ainda não tiveram acesso completo aos autos da investigação.