O governo federal deu início a uma operação de desintrusão na Terra Indígena Munduruku, localizada nos municípios de Jacareacanga e Itaituba, no Pará, com o objetivo de remover garimpeiros ilegais e assegurar a preservação do território exclusivamente para os povos indígenas que ali habitam. A ação envolve a coordenação da Casa Civil e o apoio de mais de 20 órgãos federais, entre eles o Ministério dos Povos Indígenas, o Ministério da Defesa, e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama). Esta iniciativa é resultado de uma ação judicial da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), que visa garantir a proteção de várias terras indígenas ameaçadas pela exploração ilegal e conflitos.
A operação foi precedida por uma reunião com equipes da 23ª Brigada de Infantaria de Selva do Exército em Itaituba, que será responsável pelo suporte logístico. De acordo com o Ministério dos Povos Indígenas, a ocupação ilegal na TI Munduruku tem causado significativos danos ambientais, incluindo desmatamento e contaminação de rios e solos por mercúrio, impactando diretamente a saúde e o modo de vida dos povos indígenas. Dados do Ibama indicam que o garimpo ilegal na região gerou mais de nove mil alertas apenas em 2023, dos quais uma parcela significativa ocorreu em áreas de conservação ou terras indígenas, afetando o ecossistema e a cultura local.
Além da retirada dos invasores, os povos Munduruku reivindicam a conclusão dos processos de demarcação de terras indígenas em outras áreas da região do Tapajós, como Sawre Muybu e Sawre Bapim, processos que estão atualmente em trâmite. Segundo o Ministério dos Povos Indígenas, estas desintrusões são parte de metas prioritárias estabelecidas no Plano Estratégico Integrado, que busca concluir até 32 processos semelhantes até 2026. A ação conta com o apoio de diversas instituições federais, que contribuirão para a fiscalização e proteção do território.