Um vendedor ambulante senegalês foi agredido por agentes da Operação Delegada, um convênio entre a Prefeitura de São Paulo e a Polícia Militar, durante uma ação no Brás, centro de São Paulo. Após ter sua mercadoria apreendida, ele tentou recuperar seus pertences e foi agredido fisicamente, desmaiando devido aos ferimentos. A violência gerou reação popular, com pessoas fechando a rua em protesto até que o ambulante fosse levado ao hospital, onde recebeu alta no dia seguinte. O incidente foi registrado como lesão corporal, e os agentes envolvidos prestaram depoimento e foram liberados.
Movimentos de direitos humanos e de migração emitiram uma moção de repúdio, alertando para a crescente violência contra imigrantes na região central da cidade. Eles lembraram episódios recentes envolvendo agressões e ofensas contra ambulantes de origem africana e haitiana, incluindo casos de morte, prisão arbitrária e ofensas xenofóbicas. O documento denuncia o que os movimentos chamam de “escala de violência de Estado” voltada ao controle e repressão de trabalhadores informais, especialmente aqueles de origem estrangeira e negra, que buscam renda em meio ao desemprego estrutural no país.
A Operação Delegada, criada em 2009, permite que policiais militares trabalhem durante suas folgas para apoiar ações de fiscalização da prefeitura, especialmente contra o comércio ambulante irregular. De acordo com a Prefeitura de São Paulo, o programa expandiu para 2400 vagas diárias, com cerca de 1400 agentes concentrados na região central. A operação recebe críticas frequentes de entidades que defendem os direitos dos ambulantes, que veem o programa como parte de uma política que perpetua exclusão e marginalização em áreas de intenso comércio popular.