A operação Dólar Tai-pan, deflagrada pela Polícia Federal e Receita Federal em 26 de novembro, desmantelou um esquema de lavagem de dinheiro envolvendo criptomoedas. A investigação, iniciada em 2022, revelou um sistema paralelo de movimentação financeira, usado por grupos criminosos para ocultar capitais e facilitar transações internacionais ilícitas, principalmente com destino à China. O esquema, que movimentou cerca de R$ 6 bilhões nos últimos cinco anos, estava ligado a atividades como tráfico de drogas e armas, contrabando e outros crimes.
A operação resultou na prisão de dois policiais, um da Polícia Civil e outro da Polícia Militar, ambos acusados de envolvimento com a organização criminosa. Um dos detidos foi delatado por um empresário morto em um atentado no Aeroporto de Guarulhos, que havia apontado seu envolvimento em uma instituição bancária usada para transações ilegais. Além das prisões, foram cumpridos mandados de busca e apreensão e determinado o bloqueio de bens e valores de empresas associadas ao esquema. As investigações envolvem mais de 200 empresas e podem resultar em acusações como organização criminosa e evasão de divisas.
A 2Go Instituição de Pagamentos, mencionada no caso, informou que está colaborando com as autoridades e que segue rigorosos padrões de compliance e anticorrupção. A operação também contou com a cooperação das corregedorias das polícias Civil e Militar, que apuram a participação de seus respectivos membros. O esquema tinha alcance internacional, com transações realizadas em diversos países da América, Ásia e Europa, e pode implicar em novos desdobramentos à medida que as investigações avançam.