A Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP29) teve início nesta segunda-feira (11), em Baku, no Azerbaijão, sob a liderança do ministro da Ecologia do país, Mukhtar Babaiev. Durante a abertura, Babaiev reforçou a urgência de ações mais ambiciosas, destacando que a crise climática já afeta o mundo e que a conferência é crucial para os compromissos do Acordo de Paris, cujo objetivo é limitar o aquecimento global a 1,5°C até o final do século. A principal discussão da COP29 gira em torno do financiamento necessário para a adaptação e mitigação das mudanças climáticas, especialmente em países vulneráveis.
Desde a COP15, realizada em 2009 em Copenhague, existe um compromisso de países industrializados de aportar 100 bilhões de dólares anuais em apoio ao combate à crise climática. No entanto, cientistas e especialistas afirmam que esse valor é insuficiente frente à magnitude dos desafios atuais, sugerindo que o montante necessário seja dez vezes maior. Simon Stiell, secretário executivo da Convenção-Quadro da ONU sobre Mudanças Climáticas, defendeu que o financiamento climático seja visto como um investimento no interesse de todas as nações, pedindo uma reforma no sistema financeiro global e mais investimento em energia verde.
O evento deste ano tem um número reduzido de líderes mundiais, com ausências notáveis de chefes de Estado de países importantes, como China, Estados Unidos, Brasil, Alemanha e França. Especialistas como o climatologista Carlos Nobre alertam que a ausência dessas lideranças pode enfraquecer as discussões, considerando que esses países são responsáveis por grande parte das emissões globais de gases de efeito estufa. O Brasil será representado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin e pela ministra do Meio Ambiente Marina Silva, enquanto o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, é um dos poucos líderes de peso a comparecer pessoalmente ao evento.