O Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, foi finalmente reconhecido como feriado cívico nacional após 53 anos de luta. Sua origem remonta a 1971, quando um grupo de estudantes e militantes negros de Porto Alegre, durante o regime militar, propôs essa data para substituir o 13 de maio, dia da abolição da escravatura, por considerarem que a abolição formal não resultou em mudanças concretas para a população negra. O 20 de novembro foi escolhido em homenagem a Zumbi dos Palmares, símbolo da resistência negra no Brasil, cuja morte ocorreu nesta data em 1695.
O grupo que idealizou a celebração, o Grupo Palmares, buscava uma forma de reafirmar a história e a cultura negra no Brasil, rejeitando o oficialismo do 13 de maio. Com o tempo, a proposta foi sendo abraçada por outras organizações do movimento negro, como o Movimento Negro Unificado (MNU), que na década de 1980 ampliou a campanha, transformando o 20 de novembro em uma data política para a afirmação da identidade negra e pela luta contra o racismo. A partir de 2003, a data passou a integrar os calendários escolares, e em 2011, foi oficializada como feriado.
Hoje, o Dia da Consciência Negra representa uma reflexão sobre a importância da luta contra a discriminação racial e a promoção da igualdade. A data é fundamental para lembrar a resistência histórica dos negros no Brasil, desde os quilombos de Palmares até as conquistas contemporâneas na área da educação e políticas públicas voltadas para a população negra. A transformação do 20 de novembro em feriado reflete a crescente conscientização sobre a necessidade de combater o racismo estrutural e a exclusão social, além de fortalecer a identidade e os direitos da população negra no país.