O presidente eleito dos Estados Unidos planeja realizar uma profunda reestruturação nas Forças Armadas e em órgãos civis associados, prometendo remover militares e funcionários que considera “woke” — termo usado por alguns conservadores para designar atitudes focadas em justiça racial e social. Durante a campanha, o presidente prometeu extinguir políticas que, segundo ele, enfraquecem as forças militares, e declarou que buscará substituir oficiais e civis vistos como desleais. O ambiente no Pentágono é de expectativa e receio sobre como essas mudanças podem impactar a estrutura e as lideranças das Forças Armadas, com o presidente demonstrando uma disposição mais enfática do que em seu primeiro mandato para alinhar as lideranças militares aos seus princípios e visão de segurança.
Especialistas alertam que as propostas do novo governo, que incluem o possível uso de militares em operações de deportação em massa e controle de manifestações, podem enfrentar desafios legais e gerar conflitos dentro das Forças Armadas e entre a população. O uso das tropas para questões domésticas preocupa analistas que defendem a isenção do Exército na arena política, e muitos consideram que uma nova onda de demissões de altos oficiais pode acontecer caso o presidente avance com essas políticas. Em resposta, o atual secretário de Defesa afirmou que as Forças Armadas obedecerão a todas as ordens legais do governo, mas os críticos observam que o amplo poder de interpretação de leis pode abrir espaço para mudanças significativas e controversas.
Além das Forças Armadas, a administração eleita também sinalizou intenção de promover testes de lealdade entre funcionários civis no Departamento de Defesa e outras agências governamentais. O uso de ordens executivas para substituir funcionários de carreira por aliados do novo governo vem sendo abertamente discutido por apoiadores, o que gera receios sobre a estabilidade e a manutenção de conhecimento técnico no Pentágono. Durante o primeiro mandato, diversas ideias controversas do presidente não se tornaram políticas devido à resistência interna de funcionários de carreira, e há uma preocupação generalizada entre analistas de que, desta vez, a administração eleita esteja mais determinada em realizar mudanças que podem levar a impactos duradouros na estrutura e no funcionamento das Forças Armadas dos Estados Unidos.