O consumo de alimentos ultraprocessados gera um impacto significativo na saúde e na economia do Brasil, resultando em um custo anual estimado em R$ 10,4 bilhões. Esse montante abrange custos diretos com tratamentos de doenças como diabetes, hipertensão e obesidade no Sistema Único de Saúde (SUS), além de despesas previdenciárias e perdas econômicas devido à mortalidade precoce. Apenas o SUS gasta R$ 933,5 milhões anualmente no tratamento dessas condições atribuídas ao consumo desses produtos, que também são responsáveis por cerca de 57 mil mortes anuais, ou 10,5% do total de óbitos no país.
Estudos indicam que 98% dos alimentos ultraprocessados no Brasil possuem ingredientes nocivos, como sódio, açúcares e gorduras livres, além de aditivos cosméticos que podem causar alergias, alterações na microbiota intestinal e outros problemas de saúde. A pesquisa revela ainda que os impactos são mais acentuados entre homens, que representam 71,73% dos custos relacionados à mortalidade precoce. Estados como Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo apresentam taxas acima da média nacional de óbitos atribuíveis ao consumo de ultraprocessados, evidenciando uma distribuição regional desigual do problema.
Especialistas alertam para a urgência de políticas públicas que combatam o consumo desses alimentos, como tributação adequada, regulamentação de publicidade e rotulagem nutricional mais clara. Apesar da relevância dos dados, os valores apresentados são subestimados, uma vez que não incluem custos com atenção primária, saúde suplementar e gastos particulares, limitando-se à população adulta formalmente empregada. Assim, o impacto total é ainda maior, reforçando a necessidade de estratégias abrangentes para reduzir os danos causados pelos ultraprocessados no Brasil.