O cigarro tem ressurgido como um símbolo de glamour na cultura pop, especialmente no mundo do cinema, música e moda. Celebridades como Charli XCX, Rosalía e Addison Rae têm contribuído para a popularização do tabagismo, apresentando-o como parte de uma estética jovem, confiante e hedonista. O recente desfile de Christian Cowan, na Semana de Moda de Nova York, e a aparição de cigarros em filmes como Saltburn exemplificam como o cigarro tem sido retratado de forma sedutora e sofisticada, contrastando com as campanhas de saúde pública que alertam para seus riscos. Esse retorno à glamourização do cigarro remete à nostalgia de uma era passada, como os anos 2000, quando ícones da moda eram frequentemente vistos com cigarros.
Embora os riscos do tabagismo, como o câncer de pulmão, sejam amplamente conhecidos, o consumo de cigarro parece estar voltando a ser normalizado, especialmente entre os mais jovens. Estudantes universitários e jovens adultos admitem adotar o hábito influenciados pela estética associada a celebridades que fumam. Influenciadores digitais, conhecidos como “cigfluencers”, promovem a imagem de jovens e glamorosos fumantes, o que contribui para a ideia de que fumar é um ato sofisticado e moderno. Esse fenômeno também tem levado algumas pessoas a trocar os cigarros eletrônicos (vapes) pelos tradicionais, em busca de um status associado à autenticidade e à rebeldia.
A popularização do cigarro entre celebridades pode ser vista como uma reação à repressão crescente ao tabagismo, especialmente em países como o Reino Unido, onde leis mais rigorosas estão sendo discutidas para combater o consumo de cigarros. A tendência de glamourização do cigarro pode ser uma fase passageira, já que, apesar do aumento na visibilidade do ato de fumar, as campanhas de conscientização e as mudanças nas leis buscam erradicar o hábito mortal. O retorno do cigarro à cultura pop parece estar mais relacionado à sua simbologia e estética do que ao ato em si, sendo um reflexo das influências culturais contemporâneas.