Desde o século 19, os Estados Unidos são governados predominantemente por dois partidos: o Democrata e o Republicano. Essa estrutura bipartidária é resultado de uma combinação de fatores históricos, culturais e eleitorais, que criam um ambiente onde candidatos de partidos menores têm dificuldades em conquistar apoio significativo. O sistema de votação indireta, onde os votos populares são convertidos em delegados do Colégio Eleitoral, e o modelo de votação por maioria simples contribuem para a predominância dos dois grandes partidos, com os eleitores frequentemente optando por apoiar aqueles que têm mais chances de vitória.
Outro fator crucial para o fortalecimento do bipartidarismo é a autonomia dos estados, que possuem diferentes regulamentos eleitorais. Essa diversidade de normas dificulta a participação de partidos menores, que lutam para se adaptar a múltiplas legislações estaduais e competir em um cenário eleitoral fragmentado. Por conta disso, os partidos maiores, que já dispõem de infraestrutura e doadores estabelecidos, tornam-se mais atraentes para candidatos e eleitores.
Historicamente, a última vez que um candidato de um partido diferente foi eleito presidente ocorreu em 1848, e desde então, a alternância entre democratas e republicanos se consolidou. A análise do sociólogo Maurice Duverger aponta que a forma de votação tem impacto direto na estrutura partidária, indicando que a configuração do sistema eleitoral dos EUA favorece a polarização e a manutenção do bipartidarismo, em detrimento de uma democracia multipartidária.