A Nvidia, conhecida por seus contratos com gigantes de tecnologia como Amazon, Microsoft e Google, está buscando diversificar suas fontes de receita, com um foco crescente em clientes governamentais e vendas diretas para empresas. A empresa tem intensificado sua presença na América Latina, especialmente no Brasil, à medida que o país avança com seu Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA), que promete investimentos substanciais no setor de supercomputação. A proposta da Nvidia é a computação híbrida, combinando recursos de nuvem com infraestrutura interna para atender às diferentes necessidades das corporações.
Atualmente, cerca de 50% das receitas da Nvidia vêm dos chamados hyperscalers, como AWS, Azure, Google Cloud e Oracle. No último trimestre, a empresa registrou um crescimento significativo de 94% nas receitas provenientes de data centers, somando US$ 30,77 bilhões. A demanda continua aquecida, especialmente com os investimentos dos hyperscalers, mas empresas como a Microsoft também estão começando a desenvolver suas próprias soluções em inteligência artificial, criando uma competição direta com a Nvidia.
O Brasil, dentro do PBIA, se posiciona como um mercado estratégico para a Nvidia, especialmente com o objetivo de o país ter um dos 10 principais supercomputadores do mundo. Embora o plano de investimentos de R$ 23 bilhões até 2028 tenha sido anunciado, a liberação de verbas ainda não foi sancionada, o que cria incertezas quanto ao ritmo dos investimentos. No entanto, a Nvidia já está envolvida em diversos projetos com entidades públicas brasileiras, como o Banco do Brasil, a Embrapa e a Dataprev, e aposta em compras graduais de GPUs para garantir a atualização contínua das tecnologias.