O novo acordo de financiamento climático global, aprovado na COP29 em Baku, prevê a destinação de US$ 300 bilhões anuais de países ricos para nações em desenvolvimento até 2035. No entanto, especialistas consideram o valor insuficiente frente às necessidades impostas pela crise climática. Entidades como Greenpeace e Observatório do Clima criticaram a ausência de metas vinculantes para os países desenvolvidos e alertaram que a dependência de fontes privadas e alternativas pode aprofundar o endividamento das nações mais vulneráveis, comprometendo o princípio de que os maiores poluidores devem arcar com os custos.
Além das críticas financeiras, organizações ambientais apontaram que o acordo desconsidera esforços essenciais para adaptação e mitigação das mudanças climáticas, especialmente para países menos desenvolvidos e ilhas em situação de risco. A conferência foi marcada por tensões entre países desenvolvidos e em desenvolvimento, agravadas pela influência de representantes das indústrias fósseis, responsáveis por grande parte das emissões globais. Para muitos, o resultado da COP29 representa um retrocesso no multilateralismo climático, colocando em risco ações mais urgentes e efetivas para limitar o aquecimento global a 1,5°C.
Com a próxima COP programada para ocorrer no Brasil em 2025, organizações como Greenpeace e WWF destacam o papel central do país em articular novas metas financeiras e fortalecer o multilateralismo. Especialistas esperam que o Brasil lidere uma agenda mais ambiciosa e recupere a confiança internacional em meio a um cenário geopolítico desafiador, onde o financiamento robusto e público seja priorizado para promover uma justiça climática global.