Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de um ex-presidente, prestará um novo depoimento à Polícia Federal (PF) na próxima terça-feira (19), em Brasília. Cid firmou um acordo de colaboração premiada após ser preso por seu envolvimento em um esquema de falsificação de registros de vacinação contra a covid-19. Além disso, ele está colaborando com investigações relacionadas a um possível golpe de Estado e um esquema de venda de joias e presentes recebidos por membros do governo anterior. O acordo de colaboração pode ser reavaliado pela PF, caso se constate que ele não cumpriu suas obrigações, o que poderia levar à revogação dos benefícios da delação.
O ex-militar foi preso inicialmente em maio de 2023 durante a Operação Venire, que apura a inserção de dados falsos no sistema do Ministério da Saúde. Após ser liberado em setembro de 2023 com base no acordo de delação, ele passou a colaborar com a PF em diversos casos, incluindo o levantamento de documentos que detalham discussões sobre ações que visavam contestar o sistema eleitoral brasileiro e desestabilizar instituições democráticas. Durante o processo, mensagens de celular encontradas com Cid indicaram que, apesar das evidências de segurança nas urnas eletrônicas, houve insistência na elaboração de uma proposta que afetaria o funcionamento do Judiciário.
Cid foi novamente preso em março deste ano, após descumprir medidas cautelares e ser acusado de obstrução da Justiça. Em áudios vazados, ele teria criticado a atuação de autoridades investigadoras e relatado pressões para que fornecesse informações falsas. No entanto, o Supremo Tribunal Federal manteve a validade de seu acordo de delação, após ele confirmar as informações prestadas. A continuidade das investigações e o cumprimento das condições acordadas podem ser determinantes para o futuro de Cid, que segue sendo monitorado pela PF.