A Assembleia Legislativa de São Paulo aprovou na terça-feira (12) um projeto de lei que proíbe o uso de celulares, tablets e relógios com acesso à internet nas escolas públicas e particulares do estado. A medida visa restringir o uso desses dispositivos tanto durante as aulas quanto nos intervalos. O projeto, de autoria da deputada Marina Helou, ainda precisa ser sancionado pelo governador Tarcísio de Freitas. De acordo com a proposta, alunos que levarem aparelhos para a escola devem deixá-los guardados de forma segura, sem acesso durante o período escolar. A lei prevê exceções para necessidades pedagógicas ou alunos com deficiência.
Essa decisão tem gerado discussões entre educadores e especialistas em educação. Para muitos professores e diretores, a proibição é uma forma de garantir que os estudantes tenham períodos livres de distrações tecnológicas, contribuindo para seu desenvolvimento acadêmico e social. O impacto positivo já foi observado em algumas escolas particulares, como a experiência relatada pela diretora Claudia Tricate, que notou melhorias no convívio entre os alunos após a implementação da restrição. Porém, há quem defenda que o diálogo e o acordo são os melhores métodos para lidar com o uso de tecnologia nas escolas, como observa o professor Daniel Cara.
No Brasil, outras regiões, como Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro e Santa Catarina, já adotaram legislações semelhantes. A discussão sobre o uso de celulares em escolas também tem ganhado atenção nacional, com projetos de lei tramitando na Câmara dos Deputados. Denis Mizne, especialista da Fundação Lemann, alerta que a tecnologia, quando bem utilizada, pode ser uma aliada da educação. Ele argumenta que a chave está no uso responsável e direcionado, e não na demonização dos dispositivos. A nova lei em São Paulo é vista por alguns como um catalisador para abrir discussões mais amplas sobre o papel da tecnologia no ambiente escolar.