Cientistas publicaram um estudo na revista Nature Astronomy que indica que a sonda Voyager 2 pode ter captado dados de Urano sob condições incomuns quando sobrevoou o planeta em 1986. Durante esse período, o vento solar teria comprimido drasticamente a magnetosfera de Urano, reduzindo-a a apenas 20% de seu tamanho normal. Esse evento incomum, que restringiu a observação de partículas, pode ter ocultado informações cruciais sobre o planeta e suas luas.
A análise sugere que essa compressão pode ter dificultado a detecção de traços de água, elementos que poderiam indicar a presença de oceanos subterrâneos em algumas das luas geladas de Urano, como Titânia e Oberon. Em outras palavras, a Voyager 2 pode ter sido impedida de observar plumas de água no espaço, fenômeno observado em Encélado, uma lua de Saturno. A ausência desses sinais levou os cientistas a considerarem que as luas de Urano seriam inativas, mas o estudo propõe a possibilidade de que essa interpretação esteja limitada pelas condições atípicas do sobrevoo.
Diante desses novos dados, pesquisadores enfatizam a importância de uma nova missão ao planeta para compreender melhor a magnetosfera, atmosfera, anéis e luas de Urano. Somente com equipamentos científicos adequados e uma análise detalhada do ambiente magnético do planeta seria possível confirmar se há oceanos subterrâneos ativos em suas luas e expandir nosso conhecimento sobre esse misterioso gigante gelado do Sistema Solar.