A COP29, realizada em Baku, Azerbaijão, enfrenta tensões e atrasos em suas negociações, com grupos representando países insulares e os menos desenvolvidos saindo das reuniões em protesto contra a exclusão de suas vozes. O evento, inicialmente previsto para terminar em 22 de novembro, foi prorrogado devido a críticas ao rascunho apresentado, que foi considerado ambíguo e insuficiente para atender às demandas de financiamento climático. Os países vulneráveis expressaram frustração com a condução da presidência do evento, marcada por uma gestão considerada ineficaz, enquanto as negociações continuam sem consenso claro.
A principal questão debatida é o financiamento climático, com uma meta provisória de US$ 250 bilhões anuais até 2035, muito abaixo dos US$ 1,3 trilhão estimados como necessários por especialistas. O Brasil apresentou uma contraproposta para aumentar os valores, sugerindo US$ 300 bilhões até 2030 e US$ 390 bilhões até 2035, baseando-se em estudos que apontam múltiplas fontes de financiamento. Contudo, a falta de clareza sobre a origem dos recursos e a inclusão de empréstimos com juros elevados no cálculo geram preocupação entre os países em desenvolvimento, que destacam a necessidade de maior comprometimento das nações ricas.
Enquanto os debates prosseguem, o rascunho atual não atende às expectativas de ativistas e delegações. A proposta é criticada por não refletir um compromisso significativo dos países desenvolvidos, principais responsáveis pela crise climática. A frustração crescente foi ecoada por manifestações e declarações de líderes de delegações, que alertam para as consequências de mais um fracasso em avançar com medidas concretas. O Brasil, próximo anfitrião da COP, busca evitar que o impasse prejudique futuros acordos.