Após intensas negociações, a COP29 terminou com o compromisso dos países ricos de fornecer US$ 300 bilhões anuais até 2035 para financiar ações climáticas em nações vulneráveis. O valor representa menos de um quarto dos US$ 1 trilhão inicialmente solicitado pelos países em desenvolvimento, gerando frustração entre as nações mais afetadas pelas mudanças climáticas. A decisão de financiar parte desse montante por meio do setor privado, além das contribuições governamentais, foi recebida com críticas por grupos ambientalistas e representantes de países pobres.
O clima da conferência foi marcado por tensões, atrasos e insatisfação generalizada com o andamento das negociações. Representantes de países africanos, ilhas do Caribe e do Pacífico expressaram descontentamento com o processo de deliberação, que excluiu diversas nações vulneráveis das discussões decisivas. A saída de delegações durante os debates refletiu o sentimento de exclusão e a percepção de que as vozes mais impactadas pelas mudanças climáticas não foram ouvidas de forma justa.
Apesar dos desafios, houve avanços pontuais, como a aprovação de regras para o mercado global de créditos de carbono, resultado de quase uma década de debates. No entanto, a sensação predominante foi de insatisfação com o resultado final da conferência, que expôs a necessidade de esforços mais ambiciosos e colaborativos no futuro. O consenso é de que a meta de US$ 1,3 trilhão será fundamental para atender às demandas climáticas globais e que discussões adicionais serão necessárias para alcançar um financiamento mais robusto e equitativo.