O movimento naturista alemão, conhecido como Freikörperkultur (FKK) e popular no país há mais de um século, está enfrentando desafios significativos na era das redes sociais e da cultura do “corpo perfeito.” Originalmente, o FKK buscava promover uma conexão com a natureza e estimular uma autoimagem saudável e sem julgamentos, proporcionando uma alternativa à vida industrializada e suas pressões. Contudo, o crescimento de plataformas como Instagram e TikTok, que celebram padrões de beleza idealizados, ameaça os valores de aceitação corporal e simplicidade que fundamentam o movimento.
O movimento naturista na Alemanha superou desafios em várias épocas, inclusive durante os regimes nazista e comunista, quando foi perseguido e limitado. Após a Segunda Guerra Mundial, o naturismo se consolidou tanto na Alemanha Ocidental quanto na Oriental, tornando-se uma expressão de liberdade pessoal. Hoje, contudo, o movimento encontra-se em declínio, com o número de membros caindo drasticamente nos últimos 25 anos. Para muitos naturistas, o medo de exposição não consensual nas redes digitais e a pressão estética fomentada por essas plataformas contribuem para a perda de interesse no estilo de vida.
Ainda que o interesse pelo naturismo tenha aumentado ligeiramente durante a pandemia, devido à busca por atividades de lazer ao ar livre e saudáveis, o movimento continua a lutar para se adaptar aos novos tempos. A popularidade de atividades ao ar livre mais luxuosas, como o “glamping,” também contribui para a redução de espaços dedicados ao FKK. Mesmo assim, os líderes naturistas, como Alfred Sigloch, permanecem determinados a revitalizar a cultura, afirmando que a FKK é uma prática antiga que deve resistir às mudanças culturais e tecnológicas.