A Natura&Co (NTCO3) anunciou na última quarta-feira (27) que fechou um acordo com o Comitê Oficial de Credores Não Garantidos da Avon Products Inc. (API), subsidiária da empresa, no contexto do processo de recuperação judicial nos Estados Unidos (Chapter 11). O acordo resultou em um pagamento de US$ 34 milhões aos credores não garantidos, um valor superior ao inicialmente proposto, mas dentro das expectativas de mercado. Além disso, a Natura também comprometeu-se a perdoar a totalidade das dívidas da API e a financiar o plano de pensão da empresa com US$ 6 milhões. A transação é vista como um passo importante para a conclusão do processo de recuperação da Avon, o que deverá ocorrer até o próximo dia 4 de dezembro.
O JPMorgan avaliou positivamente o acordo, destacando que ele abre caminho para a conclusão do processo de Chapter 11 e a re-consolidação dos ativos da Avon na Natura. A perspectiva é que, após a recuperação judicial, a Natura concentre seus esforços na América Latina, especialmente após a licitação bem-sucedida dos ativos da Avon. Analistas consideram que os resultados sólidos da Natura na região, juntamente com sua robusta geração de caixa, devem impulsionar o valor das ações da companhia nos próximos anos. O banco manteve sua recomendação de compra para os papéis da empresa, com um preço-alvo de R$ 24,50.
Outros analistas também expressaram otimismo com o desfecho do processo. O Goldman Sachs apontou que o acordo elimina um grande risco para as ações da Natura, já que muitos investidores temiam um valor mais elevado de desembolso ou a falta de um acordo. O Bradesco BBI, por sua vez, destacou que a Natura está avançando em sua estratégia de simplificação corporativa, com foco na redução de passivos e na integração da Avon na América Latina. A XP, por sua vez, manteve sua visão positiva sobre a empresa, acreditando que o aumento nos investimentos em Pesquisa e Desenvolvimento será um motor para resultados robustos nos próximos anos.