A dificuldade de gerar lucros com turnês levou artistas a buscarem fontes alternativas de renda, como plataformas de conteúdo digital. Em um cenário onde custos de produção aumentam e os pagamentos por shows permanecem estagnados, a venda de fotos e outros conteúdos em sites como o OnlyFans tornou-se uma solução para financiar projetos artísticos e garantir a continuidade de suas carreiras. Essa prática é vista por alguns como uma forma de protesto e empoderamento, permitindo que artistas assumam controle sobre suas finanças e valorizem seu trabalho de maneira independente.
O aumento dos preços de ingressos e festivais não tem sido acompanhado por uma valorização proporcional do trabalho dos músicos, que frequentemente enfrentam prejuízos ao realizarem turnês. Alguns artistas destacam que as condições atuais do mercado limitam a diversidade na música, excluindo pessoas de classes trabalhadoras que não conseguem arcar com os custos de seguir na indústria. Nesse contexto, iniciativas como a venda de conteúdo online são apresentadas como formas criativas e viáveis de contornar os desafios financeiros, sem comprometer a qualidade artística.
Além disso, surge uma reflexão sobre o valor cultural da música e das artes em geral, frequentemente desvalorizado em comparação a outras áreas. Inspirando-se em setores como o de criadores de conteúdo sexual, músicos discutem como assumir maior controle sobre suas carreiras, explorando formas inovadoras de gerar renda e conectar-se diretamente com seus públicos. Essa abordagem aponta para a necessidade de repensar os modelos econômicos no setor cultural e incentivar maior autonomia para os artistas.