Nos Estados Unidos, a falta de um documento nacional único permite que cada estado defina suas próprias regras eleitorais, resultando em dificuldades para o acesso ao voto. Recentemente, pelo menos nove estados, incluindo a Geórgia, adotaram medidas que complicam o processo de votação, especialmente para grupos historicamente marginalizados. A ativista Débora Scott destacou que essas dificuldades aumentaram desde a última eleição, citando um aumento na contestação de listas de eleitores e no cancelamento de registros, o que gera preocupação sobre a supressão do voto.
As novas legislações em estados como Alabama, Virgínia, Indiana e Texas, controlados pelo Partido Republicano, têm o potencial de impactar negativamente a participação eleitoral, particularmente entre eleitores negros. Um exemplo notável é a redução do número de locais de votação em áreas com alta concentração de eleitores democratas, um reflexo da crescente polarização política. A implementação de requisitos rigorosos de identificação, como na Carolina do Norte, onde os eleitores devem anexar uma cópia autenticada de sua identificação, também representa um obstáculo para muitos.
Apesar dessas dificuldades, o voto antecipado se destacou como uma alternativa, com recordes de participação na Geórgia. Para alguns eleitores, a importância da votação transcende questões políticas, impactando diretamente suas famílias e comunidades. As mudanças nas regras eleitorais continuam a gerar debates sobre a equidade e a acessibilidade do processo democrático nos Estados Unidos, com consequências que podem influenciar o futuro político do país.